16 de janeiro de 2006

SEGUNDA-FEIRA 13

Hoje é dia de azar na casa: a máquina de lavar roupa avariou, a instalação eléctrica começou a largar faísca e descobri que uma chávena de café, incontinente, se descuidou por debaixo do teclado.... Mas se excluirmos o facto de ter de escrever embrulhado numa manta, já que não dá para ligar o aquecimento, a coisa não está mal de todo. Pode ser que a minha escrita se torne um pouco mais fria e racional, agradando mais à crítica literária.
Por falar em crítica, desta vez quotidiana, é interessante ver como os nossos jornalistas ficaram assustados com a medida espanhola anti-defumação. No "Expresso", a minha colega Inês Pedrosa, vem alertar para o perigo das medidas que pretendem submeter toda a gente "às regras do rebanho", o "novo PREC" (Período Revolucionário Em Curso, 1975). O ataque aos "direitos dos fumadores" também são defendidos numa nova revistita que vem com DN, a NS, que diz NÃO PODE SER, à "cruzada" que além de impedir os menores de comprar tabaco (perdão amigos nordestinos pelo uso da palavra, que por aqui não quer dizer o mesmo) ainda os impede de frequentar os locais onde o fume abunde. De facto, não se percebe a incoerência.
Estou solidário nesta inquietação que não deixará de produzir os seus frutos entre os panacas/interesseiros que nos governam. E queria acrescentar que além do direito a poluir o espaço dos outros, também deveríamos fazer qualquer coisa contra as medidas absurdas que impedem os nossos cães de cagar nas portas dos vizinhos, a masturbação nos restaurantes, o apalpar de toda a gaja boa que passe na frente e, o mais importante, o simples chamar "realíssima puta" às funcionárias dos correios que demorem a atender-nos.
Afinal, onde está a liberdade dos portugueses? Força, companheiros, unidos esculhambaremos!

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